A preservação da biodiversidade local dentro e em torno dos seus parques eólicos tem sido um dos principais objetivos ambientais da Cabeólica.
Devido ao estado crítico de certas espécies, resultantes de impactos antropogénicos e da predação excessiva, a Cabeólica tem atribuído elevada atenção à preservação da biodiversidade local que habita dentro e nos arredores dos parques eólicos, incluindo várias espécies de aves.
Preservação de Aves
Desde a fase de conceção dos seus Parques Eólicos, a Cabeólica tem tido conhecimento de áreas importantes de nidificação de aves situadas perto do parque eólico da Boa Vista.
Ao longo da última década, as aves nestas áreas têm visto os seus números diminuírem drasticamente devido à fraca reprodução e à forte predação por parte de seres humanos e gatos selvagens.
Portanto, a empresa tem enviado esforços não só para prevenir contra quaisquer possíveis impactos nocivos resultantes das suas atividades nas aves, como também para tomar iniciativas importantes com vista a travar o declínio das populações.
A Cabeólica tem financiado projetos da BIOS.CV com o intuito de melhorar o sucesso reprodutivo da população de guincho da Boa Vista, tendo-se implantado várias plataformas artificiais de nidificação ao longo do litoral, onde nos anos anteriores, se verificou um baixo sucesso reprodutor.
Esta ação denominada “Projeto Guincho” foi galardoado como melhor programa de conservação de espécies ameaçadas na África Oeste 2015 pelo Programa Regional de Conservação Marinha e Costeira 2015.
Durante a fase de projeto, as organizações governamentais da Natureza e de Conservação em Cabo Verde, nomeadamente o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA) e aDireção-Geral do Meio Ambiente, além de ONGs como Natura 2000, estiveram envolvidos no apoio à avaliação de risco de colisão intensiva de aves realizada pela empresa.
Esta avaliação foi posteriormente usada pela Cabeólica no micrositing do parque eólico da Boa Vista de modo a garantir o menor risco possível para as espécies de aves locais, principalmente o Guincho e o Rabo de Junco, durante a fase de operação.
Tivemos o grande prazer de verificar o resultado que estes esforços da Cabeólica têm, enquanto os estudos efetuados têm gerido dados importantes referentes ao comportamento da avifauna local, que estão agora disponíveis para a comunidade científica e para o público em geral.
A Cabeólica solicita ainda, com frequência, estudos desenvolvidos por peritos, como parte do plano de mitigação e conservação das aves que resultam em relatórios anuais sobre o comportamento das aves, compostos por monitoramentos detalhados realizados com várias espécies de aves cabo-verdianas ameaçadas.
Estes relatórios são distribuídos todos os anos às partes interessadas relevantes, como a Direção Geral do Ambiente e ONGs que trabalham na preservação de aves, a fim de estimular potenciais colaborações que possam gerar resultados positivos para a diversidade global da avifauna do país.
Em 2014, a Cabeólica solicitou a uma empresa independente a realização de uma modelagem pós-construção dos riscos de colisão provenientes de espécies de aves vulneráveis a fim de certificar que tais riscos continuam baixos, de acordo com as modelagens concluídas no passado.
A análise de risco de colisão faz parte da avaliação contínua, que serve para ajudar a empresa a avaliar os riscos de potenciais impactos, e assim modificar as estratégias de mitigação e de conservação, consoante as indicações dos potenciais riscos de impacto.
Esse exercício concluiu, à semelhança das anteriores modelagens, que os riscos de colisão das espécies de aves vulneráveis com as turbinas eólicas são extremamente baixos.
Preservação de Répteis
Em 2020, a investigadora Raquel Vasconcelos descobriu um espécime de Osga que não existe em nenhum outro local do planeta, batizando-a como Osga de São Nicolau.
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A Tarentola cabo-verdiana, encontrada na ilha de São Vicente e em mais nenhum outro lugar do mundo, era até recentemente classificada como Data Deficient (DD) na Lista Vermelha da IUCN – o que significa que a informação sobre esta osga era insuficiente para decidir a sua categoria de conservação.
Desde 2009 que a Cabeólica tem colaborado com biólogos especializados do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO), em Portugal, financiando estudos sobre o comportamento e a diversidade da população, a fim de aumentar o conhecimento sobre esta espécie muito rara e importante.
Como resultado desse esforço para a preservação desta espécie, em 2011 a Tarentola cabo-verdiana substituta viu alterado o seu estado na Lista Vermelha da IUCN passado de “subespécie” para “espécie” e de “deficiente estado de conservação de dados” para “pouca preocupação na conservação”.
Hoje, a Tarentola cabo-verdiana substituta pode ser encontrada numa população saudável, a conviver perfeitamente com as turbinas da Cabeólica no parque eólico de São Vicente.